A valorização da cultura negra e a luta contra o racismo ganham destaque em Cruzeiro do Sul com a realização do projeto Literafro A Literatura Afro-brasileira, que terá sua culminância no próximo dia 13 de maio, a partir das 7h30 da manhã, no Teatro dos Náuas. A iniciativa é idealizada pela professora, escritora e fazedora cultural Cibele Clemente e conta com o apoio da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) em parceria com a Fundação de Cultura Elias Mansour.
O evento reunirá estudantes da rede pública, educadores, artistas e a comunidade em geral para celebrar a contribuição do povo negro à sociedade brasileira por meio da literatura, da arte e da reflexão social. A programação inclui a premiação do Concurso de Redação Afro, com o tema “As contribuições do povo negro para a sociedade brasileira”, que irá contemplar quatro estudantes participantes das oficinas de literatura afro-brasileira, realizadas ao longo dos últimos três meses. O primeiro lugar receberá um prêmio em dinheiro no valor de R$ 1.000.
Outro destaque do evento será o lançamento do livro Um Cordel para o Povo Negro, escrito pela própria Cibele Clemente. A obra, escrita em versos, resgata a história e o protagonismo de homens e mulheres negros muitas vezes esquecidos pela história oficial. Durante o evento, exemplares da obra serão sorteados entre os presentes.
“A escolha do dia 13 de maio não é por acaso. É a data simbólica da abolição da escravidão no Brasil, um marco importante para o povo preto. Por isso, pensamos essa data como o momento ideal para apresentar à comunidade tudo que construímos ao longo do projeto”, destaca Cibele.
Além das premiações e do lançamento do cordel, o evento contará com diversas atrações artísticas locais que celebram a cultura afro-brasileira. A entrada é gratuita e aberta a toda a população.
“Embora o foco do projeto tenha sido os estudantes, toda a sociedade está convidada. Esse não é um projeto só para pessoas pretas, é para todos nós, porque precisamos repensar, juntos, o nosso papel na construção de uma sociedade menos racista e mais justa”, reforça a professora.
Segundo ela, o projeto Literafro tem um forte cunho social e busca promover uma nova conscientização desde a infância, contribuindo para a diminuição da violência racial e o fortalecimento da identidade cultural negra. “Você vai chegar ao teatro e vai sair de lá com mais conhecimento, mais criticidade e, quem sabe, mais humanidade.”
jurua24horas