Professores de Guajará vão às ruas por valorização e denunciam abandono da educação no município

Manifestação em Guajará reúne professores e comunidade por valorização profissional e melhorias na educação

No último sábado, o município de Guajará foi palco de uma manifestação organizada por professores da rede pública municipal, que reivindicam a valorização da categoria, cumprimento da legislação educacional vigente e melhores condições de trabalho. O ato contou com a participação de educadores, pais de alunos e apoiadores da causa, que se reuniram em frente à praça da cidade em frente à Igreja São Francisco

A pauta apresentada pelos professores está fundamentada em leis federais e constitucionais, como a Lei do Piso Salarial Nacional (11.738/2008), a LDB (Lei 9.394/1996) e o Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/2014). Entre os principais pontos, estão o cumprimento do piso, a carga horária adequada, estrutura escolar digna, eleições para diretores e acesso à saúde mental e física.

Falta de diálogo e desvalorização

O professor Márcio Gleis Lourenço Silva, um dos manifestantes, afirma que a categoria está cansada de esperar respostas do poder público.

“Estamos reivindicando o piso salarial que já foi garantido por lei e que tem recurso federal assegurado. Além disso, não recebemos o PIS/PASEP e enfrentamos péssimas condições de trabalho. Já protocolamos pedidos de diálogo com a prefeitura e a Secretaria de Educação, mas nunca fomos atendidos”, relatou.

Carga horária polêmica e prejuízo aos alunos

Segundo o supervisor pedagógico James Lima de Araújo, o município estabeleceu por meio de uma lei local uma jornada de 20 horas semanais, desconsiderando os contratos firmados de 30 horas e ferindo a legislação federal. Isso tem gerado impacto direto no calendário escolar.

“Os alunos estão sendo retirados da sala de aula para que os professores possam fazer seus planejamentos, o que deveria ocorrer fora do horário letivo. Isso prejudica o aluno, que perde carga horária, e o professor, que perde parte do seu salário e dignidade profissional”, explicou James.

Ele ainda alertou que, com essa prática, as escolas do município podem deixar de cumprir as 800 horas anuais obrigatórias por lei, o que compromete a qualidade do ensino.

Sindicato cobra respostas

O presidente do Sindicato dos Professores Municipais de Guajará, professor Jessé Martins, lamentou a falta de diálogo da prefeitura e ressaltou que os professores estão apenas exigindo o que lhes é de direito.

“Nossa pauta é baseada em leis. Não estamos pedindo privilégios, mas respeito. A prefeitura tem ignorado os nossos pedidos de conversa e se recusa a cumprir legislações que valorizam a educação. A luta não é só por salários, é por dignidade, por escolas funcionando com qualidade e por uma educação que beneficie todos os alunos do município”, declarou Jessé.

Apoio da comunidade

Pais de alunos também participaram da mobilização. Pedro Ferreira, morador do município e pai de um estudante da rede pública, demonstrou indignação com a situação.

“É revoltante ver as escolas em péssimas condições, sem merenda, sem ventilação e os professores sendo tratados com tanto descaso. Eu apoio essa luta porque sem professor valorizado não tem educação de qualidade. Isso não é só um problema deles, é de todos nós”, afirmou.

O movimento dos professores segue firme e novas mobilizações estão sendo planejadas caso não haja uma resposta concreta do poder público. A categoria reafirma que continuará lutando por seus direitos e pela melhoria da educação no município de Guajará.

Redação Juruá24horas 

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