DSEI-Alto Juruá alerta para crise devido à seca e estiagem nos territórios indígenas da região

A seca prolongada não só reduz a disponibilidade de recursos hídricos, como também torna o acesso às aldeias extremamente difícil, prejudicando o trabalho das equipes de saúde.

O Distrito Sanitário Especial Indígena Alto Rio Juruá (DSEI-ARJ) informou a grave situação enfrentada pelos territórios sob sua abrangência devido à seca e estiagem extremas que assolam a região do Juruá, no Estado do Acre, durante o período de verão amazônico, de maio a outubro. Este fenômeno, exacerbado pelas mudanças climáticas, tem gerado impactos severos nas comunidades indígenas, comprometendo a segurança alimentar, o acesso à água potável e a saúde dessas populações.

O coordenador Isaac Pyãnko fez um apelo ao governo federal: “Quero aqui fazer um alerta a todas as nossas autoridades, ao nosso secretário, à ministra Nisa Trindade da Saúde e ao nosso presidente Lula. Nós estamos vivenciando aqui um dos maiores problemas da nossa história, que é a seca prolongada na nossa região. Estamos sem acesso para metade da nossa população, que são 20 mil habitantes. Nossa equipe não está conseguindo chegar aos territórios, estamos sem horas de voo. Nossos barcos que transportam até os territórios estão em processo de atualização. Estamos vivenciando um problema seríssimo, o maior dele é a seca, e pedimos às autoridades parceiras que possamos imediatamente nos unir e nos prevenir para que não soframos uma situação pior. Sabemos que nossas situações de doenças respiratórias, diarreias e viroses também poderão, junto com a seca, agravar ainda mais a saúde da nossa população. Pedimos a responsabilidade de todos os parceiros para que possamos imediatamente fazer um plano estratégico para atender nossa população.”

O DSEI-ARJ, que atende aproximadamente 20.849 indígenas distribuídos em 163 aldeias nos municípios de Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo, Tarauacá, Jordão e Feijó, enfrenta uma crise de grandes proporções. A seca prolongada não só reduz a disponibilidade de recursos hídricos, como também torna o acesso às aldeias extremamente difícil, prejudicando o trabalho das equipes de saúde.

Impactos da Seca:

  • Falta de Água Potável: A escassez de água potável está entre os problemas mais críticos, comprometendo a saúde e o bem-estar das comunidades indígenas.
  • Insegurança Alimentar: A estiagem prolongada afeta diretamente a produção agrícola e a pesca, principais fontes de subsistência dessas populações.
  • Doenças e Epidemias: A proliferação de doenças transmitidas por vetores, como a malária, é agravada pelas condições insalubres geradas pela falta de água limpa.
  • Acesso Restrito aos Serviços de Saúde: Com a impossibilidade de deslocamento das equipes de saúde devido à seca, muitos indígenas ficam sem atendimento médico adequado, aumentando os riscos de complicações de saúde.

Medidas de Emergência:
Diante da gravidade da situação, já foram declarados decretos de emergência pública em quatro dos oito municípios da região, incluindo Cruzeiro do Sul, Feijó, Jordão e Porto Walter. Além disso, o Estado do Acre foi incluído em um decreto estadual de emergência devido à seca extrema.

jurua24horas

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