O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o apoio da China será “decisivo” para tirar do papel obras estruturantes como rodovias, ferrovias, portos e linhas de transmissão. A declaração foi feita em novembro do ano passado, durante visita oficial a Pequim. Os dois países assinaram um memorando nesta segunda-feira (7), para viabilizar o chamado corredor ferroviário bioceânico, que começa no Acre e vai até o porto de Chancay, no Peru.
A parceria foi firmada entre a Infra S.A., vinculada ao Ministério dos Transportes, e o instituto estatal China Railway Economic and Planning Research Institute. O objetivo é aprofundar os estudos técnicos para construção da ferrovia, que pretende conectar os oceanos Atlântico e Pacífico e abrir uma nova rota comercial entre o Brasil e a Ásia.
A ferrovia passará por três estados brasileiros — Acre, Rondônia e Mato Grosso — e será integrada a outros modais, como rodovias, hidrovias, portos e aeroportos. A ideia, segundo o governo federal, é transformar esse corredor em um eixo logístico estratégico para exportações.
“A viabilidade econômica desses projetos depende da capacidade de coordenação de nossos países para conferir a essas iniciativas escala regional”, disse Lula.
Além da ferrovia bioceânica, o entendimento entre os dois países também abrange iniciativas do Novo PAC, da Nova Indústria Brasil (NIB) e do Plano de Transformação Ecológica — todos voltados à modernização da infraestrutura e ao desenvolvimento sustentável.
Segundo o Ministério dos Transportes, a ferrovia entre o Acre e o Pacífico pode se tornar a espinha dorsal de uma nova rota comercial bioceânica, capaz de reposicionar o Brasil no cenário global e ampliar significativamente as exportações brasileiras para o mercado asiático.
A construção da ferrovia também se insere em um conjunto de cinco rotas que conectam o Brasil aos países vizinhos da América do Sul, sendo a Rota 3, chamada de “Quadrante Rondon”, a que envolve diretamente o Acre.
Por Contilnet