Nos últimos dois anos, o Brasil tem alcançado avanços notáveis na cobertura vacinal de sua população, refletindo positivamente em diversos estados, incluindo o Acre. Em 2024, o estado registrou uma melhora significativa nos números de municípios que superaram a meta de 95% de imunização para vacinas essenciais do calendário infantil, com destaque para a vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, e a vacina oral contra a poliomielite (VOP).
De acordo com os dados do Ministério da Saúde, a vacina tríplice viral teve um aumento expressivo no Acre. Em 2022, apenas três municípios atingiram a cobertura vacinal necessária. Já em 2024, esse número subiu para oito cidades, um crescimento de 166%. Esse avanço acompanha o cenário nacional, onde 3.870 municípios superaram a meta de imunização para a tríplice viral, representando um crescimento de 55,7% em relação ao ano anterior.
O número de municípios acreanos que atingiram a meta para a Vacina Oral Poliomielite (VOP) também subiu consideravelmente. Em 2022, apenas um município havia alcançado a meta, mas em 2024, esse número aumentou para três cidades, representando um crescimento de 200%. No contexto nacional, o aumento foi de 93%, com 2.825 municípios atingindo a meta em 2024.
Em novembro de 2024, o Ministério da Saúde adotou uma nova estratégia, substituindo a VOP (gotinha) pela Vacina Inativada Poliomielite (VIP), que é injetável, com o objetivo de fortalecer ainda mais o esquema vacinal e garantir a erradicação contínua da poliomielite no Brasil, doença que está há 34 anos erradicada no país devido à vacinação em massa.
Os números positivos registrados no Acre fazem parte do esforço nacional de reconstrução da cultura de vacinação e fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), que vinha enfrentando quedas nas taxas de imunização desde 2016. Com o lançamento do Movimento Nacional pela Vacinação, em 2023, o Brasil reverteu essa tendência, e em 2024, 15 das 16 vacinas recomendadas para o público infantil registraram aumento na cobertura vacinal.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou o sucesso dessa iniciativa:
“Desde o início da nossa gestão, nosso objetivo foi retomar e ampliar as coberturas vacinais. Ao fortalecer o sistema de saúde e investir na atenção primária, criamos condições para que a vacina chegue a todos os brasileiros. O Movimento Nacional pela Vacinação foi um marco e, com o apoio de parceiros nacionais e internacionais, hoje colhemos os frutos desse trabalho”, afirmou a ministra.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, também ressaltou a importância do esforço para levar a vacinação a áreas de difícil acesso, como as comunidades isoladas. “Em 2023, vacinamos mais pessoas do que nos quatro anos anteriores, graças a um trabalho integrado. A Operação Gota, que levou a vacinação a regiões remotas, foi essencial para atingirmos nossas metas e garantir a proteção de crianças e comunidades”, afirmou Ethel.
Em relação ao abastecimento de vacinas, o Ministério da Saúde informou que 100% da demanda de imunizantes apresentada pelos estados foi atendida. Entre 2023 e 2024, foram distribuídas mais de 604 milhões de doses de vacinas a todos os estados. A escassez de matéria-prima de vacinas como a varicela e a tetraviral foi superada com a contratação de novos fornecedores, garantindo o fornecimento de mais de 1,7 milhão de doses dessa vacina em 2024.
O orçamento de R$ 7 bilhões do Plano de Vacina 2025 permitirá a compra de 260 milhões de doses, garantindo o abastecimento em todo o Brasil no próximo ano.
Ações de prevenção contra desperdício
Outro avanço importante foi a eliminação do desperdício de vacinas. Em 2023, o Ministério da Saúde retirou o sigilo dos estoques e descartes de vacinas, o que permitiu utilizar mais de 12,3 milhões de doses que estavam prestes a ser perdidas, evitando um desperdício de quase R$ 252 milhões. Em 2024, a pasta anunciou que todos os pedidos de vacinas foram atendidos, inclusive os de vacinas de emergência para surtos de doenças.