Mais de 6 mil atendimentos: governo do Acre leva saúde a comunidades isoladas

Em um estado onde os desafios geográficos e a distância dos principais centros impõem obstáculos diários à garantia de direitos essenciais, o governo do Acre, por meio da Secretaria de

Em um estado onde os desafios geográficos e a distância dos principais centros impõem obstáculos diários à garantia de direitos essenciais, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), fechou o primeiro semestre de 2025 com um saldo de 6.101 atendimentos médicos especializados e multiprofissionais, realizados pelo programa Saúde Itinerante. As ações alcançaram comunidades rurais, ribeirinhas, indígenas e áreas urbanas em situação de vulnerabilidade social, reafirmando o compromisso da gestão em descentralizar e interiorizar a oferta de serviços de saúde.

De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Pedro Pascoal, o programa tem sido fundamental para reduzir as desigualdades no acesso aos serviços de saúde e para levar dignidade a quem mais precisa.

“Esses resultados mostram que o governo do Acre não mede esforços para chegar onde o povo está. O Saúde Itinerante vai além de atendimento médico. É acolhimento, cidadania e cuidado. Seguiremos fortalecendo essa estratégia para que todo acreano, independentemente de onde viva, tenha acesso digno à saúde pública”, destacou.

Descentralização dos serviços é uma preocupação da gestão. Foto: Izabelle Farias/Sesacre

Mais que números, o programa representa a presença concreta do Estado junto a populações em situações de vulnerabilidade, a fim de ampliar a cobertura e respeitar as especificidades de cada público. Este ano, as ações foram organizadas em três principais eixos:

Saúde Itinerante Especializado

Responsável pela maior parte dos atendimentos no período, percorreu municípios como Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Feijó, Porto Acre, Brasileia, Senador Guiomard, Bujari, Plácido de Castro, Acrelândia, Vila do Incra, Epitaciolândia, Manoel Urbano, Sobral e Transacreana.

Foram 1.897 atendimentos médicos e 3.023 procedimentos complementares, contemplando especialidades como clínica médica, pediatria, ortopedia, ginecologia, reumatologia, cardiologia, infectologia e oncologia. Além das consultas, o serviço ofertou exames laboratoriais, ultrassonografias, vacinação, testagens rápidas, odontologia e sessões de quimioterapia.

Neuropediatria Itinerante

“É uma enorme satisfação integrar esse projeto que leva cuidado especializado até a casa das pessoas. Oferecer diagnóstico precoce e atendimento próximo das famílias faz toda a diferença na qualidade de vida dessas crianças e no alívio para os pais. Programas como esse são fundamentais para garantir acesso digno e humanizado onde antes ele não existia”, destacou.

Olga Viviana parabenizou o Estado pelo programa. Foto: Luan Martins/Sesacre

Saúde Itinerante Indígena

Voltado exclusivamente às comunidades indígenas, promoveu 1.736 atendimentos em consultas médicas, odontológicas, vacinação, exames laboratoriais e ultrassonografias. As ações ocorreram em aldeias das regiões de São Vicente e Humaitá, em Tarauacá, e em abrigos no Parque de Exposições de Rio Branco, respeitando as particularidades culturais e sanitárias de cada povo.

Participante da edição que ocorreu na aldeia indígena Boa Vista, em Tarauacá, Jose Kaxinawá destaca a importância do atendimento próximo à comunidade, valorizando o cuidado com a saúde e o respeito às tradições locais.

“A presença do Saúde Itinerante na nossa aldeia é muito importante, porque garante atendimento próximo e respeita a cultura do nosso povo. É bom ver nossas crianças, os mais velhos e as famílias sendo bem cuidadas aqui mesmo, onde vivemos. Para nós, isso fortalece a comunidade e valoriza a nossa saúde”, afirmou.

José recebeu atendimento na mesma escola em que dá aulas à comunidade indígena de Boa Vista. Foto: Luan Martins/ Sesacre

Para quem vive distante da capital, as edições do Saúde Itinerante representam não apenas atendimento, mas também conforto e esperança. Raquel de Jesus Gomes, mãe do pequeno João Otávio, de 4 anos, que mora na zona rural de Plácido de Castro, conta que o acompanhamento feito no município mudou a rotina da família.

“O médico do posto de saúde detectou que ele tinha um grau de autismo e começamos a fazer o acompanhamento. Ter atendimento aqui em Plácido é muito bom, porque não precisamos ir para Rio Branco. Moro na zona rural e seria bem difícil ir. Somos sempre bem atendidos aqui e estou satisfeita”, relatou.

Raquel de Jesus Gomes é moradora da zona rural de Plácido de Castro e mãe do pequeno João Otávio. Foto: Felipe Souza/Sesacre

Em Feijó, a agricultora Maria dos Santos, moradora da zona rural, celebrou a oportunidade de receber atendimento médico próximo à sua casa. Segundo ela, a agilidade no agendamento e o acolhimento recebido durante o atendimento fizeram toda a diferença.

“Eu estava na colônia quando recebi a ligação avisando da consulta e, na mesma hora, fiquei muito feliz. Logo me chamaram e o melhor foi não precisar sair do meu município para ser atendida. Tudo aconteceu pertinho de casa, fui bem acolhida e recebi o cuidado que precisava. É muito importante ter esse serviço chegando até a gente”, ressaltou a moradora.

Dona Maria foi uma entre várias beneficiadas com a ação no município de Feijó. Foto: Luan Martins/ Sesacre

A coordenadora do programa, Rosemary Ruiz, reforçou a importância social e humana dessas ações, que garantem cidadania, cuidado e respeito às comunidades mais distantes.

“Alcançar as comunidades mais distantes, respeitar as particularidades das populações indígenas e garantir atendimento especializado às nossas crianças são prioridades desta gestão. O Saúde Itinerante é mais que um programa de saúde: é a presença do Estado onde antes havia apenas silêncio e distância. Cada atendimento realizado significa dignidade e respeito à vida”, afirmou.

Rosemary é chefe da Divisão de Saúde Itinerante Especializada. Foto: Luan Martins/Sesacre

Perspectivas

A Secretaria de Estado de Saúde já organiza novas edições do Saúde Itinerante para o segundo semestre de 2025. A expectativa é ampliar os atendimentos, incluir novas localidades e fortalecer a rede pública estadual, assegurando acesso integral, humanizado e descentralizado aos serviços de saúde em todas as regiões do Acre.

Desde abril deste ano, as ações do programa ganharam reforço com a implementação do Saúde + Perto, que integra diferentes serviços antes realizados de forma separada, como a Oficina Ortopédica, responsável pela confecção de órteses, próteses, palmilhas e meios auxiliares de locomoção, essenciais para a promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida de pessoas com deficiência física no estado.

Além disso, o Hemoacre, com sua unidade móvel de coleta de sangue, e os mutirões de cirurgias em unidades hospitalares, também passaram a compor esse grande movimento de descentralização da saúde pública. A junção do Saúde + Perto ao Saúde Itinerante possibilitou, desde então, ampliar a oferta de serviços e levar atendimento especializado para ainda mais perto de quem precisa.

A meta para o segundo semestre é manter essa parceria, fortalecer a estratégia integrada e alcançar novos públicos, ampliando o impacto positivo dessas ações nas comunidades mais distantes e em situação de vulnerabilidade no Acre.

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