O Dia da Consciência Negra, celebrado nesta quarta-feira, 20, é marcado por reflexões e homenagens à história e à resistência do povo negro no Brasil. Durante um evento realizado em Cruzeiro do Sul, o professor Robson Souza Siqueira, oficial da reserva do Exército e docente de História, destacou a importância de iniciativas que valorizam a cultura e a memória afro-brasileira.
“É emocionante ver a história do meu povo sendo retratada. Projetos como esse ajudam a diminuir o preconceito e fortalecer a luta por igualdade e respeito”, afirmou o professor, emocionado.
Robson, que é negro, compartilhou sua experiência pessoal ao observar obras de arte que retratam a dor e a trajetória de resistência do povo negro durante um projeto realizado no início da semana no Teatro dos Náuas. Para ele, a valorização dessa história é essencial, especialmente no ambiente educacional. “Um projeto como esse é necessário para retratar o sofrimento e a vida do negro no mundo, principalmente no Brasil. É algo que estava muito esquecido, mas que precisa ser contado para que possamos resgatar e entender nossa história”, disse.
O professor destacou que a discriminação ainda é uma realidade no país, muitas vezes manifestada de forma velada. “O preconceito é leve alado, ele não é exposto, mas nós que somos negros percebemos. Isso não me enfraquece, pelo contrário, me dá mais força para lutar e crescer, ajudando não só a população negra, mas também as pessoas mais pobres, que enfrentam as mesmas dificuldades.”
Entre as obras expostas no evento, um quadro em especial chamou a atenção de Robson. Intitulado “Respeito Não Tem Cor”, a obra retrata uma mulher negra chorando, imagem que, segundo ele, reflete a dor e a luta do povo negro ao longo da história. “Esse quadro me emocionou profundamente porque ele carrega a essência do sofrimento e da resistência do negro no Brasil. É uma história que, embora dolorosa, precisa ser contada para que possamos construir uma sociedade mais justa e igualitária.”
Robson, que chegou a Cruzeiro do Sul como militar, escolheu permanecer na cidade após se apaixonar pela região. Desde 2016, ele dedica sua vida ao ensino e ao fortalecimento da cultura e história negra no município. Para ele, o Dia da Consciência Negra não é apenas uma data no calendário, mas um momento de reflexão e inspiração para a luta contínua por igualdade e respeito.
Redação Jurua24horas