Com a morte do papa Francisco inicia-se um longo processo até à eleição de um novo chefe de Estado do Vaticano, que inclui a destruição do Anel do Pescador, o fechamento da residência papal e, por fim, o conclave.
O anel será quebrado na noite desta segunda-feira (21), no horário local, em uma cerimônia privada. Contudo, a relíquia destruída não será o anel prateado que o papa Francisco usava e sim o anel de ouro que ele recebeu quando foi eleito.
A relíquia recebe o nome em referência ao discípulo Pedro, que era pescador e também é considerado o primeiro papa da história e um dos fundadores da Igreja de Roma. Inclusive, a Igreja Católica considera que os pontífices escolhidos são todos sucessores de Pedro.
Normalmente usado no dedo anelar da mão direita, o anel tem um desenho de São Pedro e leva, na parte de cima, o nome em latim escolhido para o novo chefe do Vaticano. Nesse caso, Franciscus.
Tradicionalmente, o anel é feito de ouro, mas o papa Francisco optou por usar a prata, mas sem o desenho de São Pedro. Apenas uma cruz é retratada.
Na metade do século XII, o anel passou a ser usado para selar e carimbar documentos ou cartas do Vaticano. Era comum que a cera vermelha fosse colocada ainda quente nos papéis e o pontífice apertava o anel por cima dela para que o desenho ficasse marcado no documento.
Era uma forma de legitimar ofícios da Igreja e evitar falsificações. No século XIX, essa função do anel foi descontinuada e, desde então, um carimbo é usado.
Além disso, na Idade Média, era comum que muitos fiéis quisessem beijar o anel como símbolo de respeito pela autoridade apostólica, mas isso foi se perdendo ao longo dos séculos e, atualmente, não costuma ser algo encorajado pelo Vaticano.
Ocorrida na frente do colégio de cardeais, a destruição do Anel do Pescador, acontece pouco depois da morte, é feita pelo camerlengo para simbolizar o fim do papado.
Mas existe um outro significado por trás: quebrar a relíquia ao meio é uma forma de impedir que seja usada indevidamente, por exemplo, para forjar documentos durante o tempo em que o anel era usado como carimbo.
O costume foi alterado em 2013, quando Bento XVI renunciou. Neste caso, o anel dele não foi destruído porque ele ainda estava vivo. Ao invés disso, o camerlengo marcou uma cruz na parte de cima usando uma talhadeira, uma prática conhecida como rigatura.
Por CNN Brasil