Descoberta na floresta: cidade perdida do século XVIII é encontrada na Amazônia

A partir de então, os colonizadores estabeleceram uma administração e transformaram a área em um centro econômico, utilizando mão de obra escrava vinda da África.

Foto: ASQFORT/Amazônia Revelada

Uma equipe de pesquisadores brasileiros fez uma descoberta notável na Amazônia: evidências arqueológicas de um assentamento colonial português do século 18, em plena floresta, utilizando a tecnologia de sensoriamento remoto LiDAR. Uma equipe de pesquisadores brasileiros fez uma descoberta notável na Amazônia: evidências arqueológicas de um assentamento colonial português do século 18, em plena floresta, utilizando a tecnologia de sensoriamento remoto LiDAR.

Embora os portugueses tenham chegado ao Brasil em 1500, a exploração oficial da região amazônica, que antes pertencia à Espanha (segundo o Tratado de Tordesilhas), começou apenas após 1750. A partir de então, os colonizadores estabeleceram uma administração e transformaram a área em um centro econômico, utilizando mão de obra escrava vinda da África.

O projeto Amazônia Revelada, liderado pelo arqueólogo Eduardo Neves, utiliza a tecnologia LiDARpara realizar varreduras a laser, buscando estruturas perdidas na densa floresta. O objetivo é escanear a paisagem verde em busca de potenciais sítios arqueológicos escondidos sob o espesso “dossel” de árvores.

Em entrevista recente à Rádio CBNNeves explicou que o assentamento português é uma das três principais descobertas do projeto Amazônia Revelada. As outras duas incluem uma estrutura de pedra em Rondônia, conhecida como Serra da Muralha, que sugere uma ligação entre a Amazônia e os Andes; e um sítio indígena em formato de tabuleiro de xadrez, na Terra Rio Branco.

O assentamento do século 18, segundo o arqueólogo, é uma vila colonial portuguesa localizada próxima ao município de Costa Marques, em Rondônia. Acredita-se que o local era usado para transportar ouro através do Rio Guaporé.

A equipe confirmou a descoberta no local, utilizando seus mapas para comprovar a existência de estruturas que “correspondem ao arruamento dessa antiga vila colonial portuguesa”. Após a independência do Brasil, em 1822, o local foi abandonado, a floresta o encobriu, e os blocos de pedra foram removidos, explicou Neves ao portal Metrópoles.

O mapeamento arqueológico com LiDAR

O projeto Amazônia Revelada é uma iniciativa abrangente que envolve arqueólogos, indígenas, moradores não indígenas, ribeirinhos e quilombolas, conforme detalhado por Neves à National Geographic Brasil. A ideia é usar a tecnologia LiDAR como uma espécie de “visão de raio X” para identificar sítios arqueológicos sob a floresta.

Além de eficiente, o LiDAR é um sensor versátil que pode ser operado em helicópteros, aviões e até em drones. Ele emite milhares de ondas por segundo em direção ao solo. Na Amazônia, a maioria dessas ondas atinge a copa das árvores e retorna, mas, devido à alta frequência de emissão, algumas conseguem atravessar as copas e alcançar a superfície.

Quando essas ondas retornam com uma frequência ligeiramente diferente, isso indica a presença de estruturas construídas ou cavadas no solo, esclarece Neves.

Fonte: Mega Curioso

Redigido por ContilNet.

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