Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O dólar operava estável nesta segunda-feira (14/7), abrindo uma semana em que as atenções do mercado financeiro devem novamente se concentrar nos impactos do novo tarifaço comercial anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre diversos países, entre os quais o Brasil.
Dólar
Às 10h15, o dólar operava estável (variação de 0%), a R$ 5,548.
Mais cedo, às 9h18, a moeda norte-americana avançava 0,26% e era negociada a R$ 5,562.
Na cotação máxima do dia até aqui, o dólar bateu R$ 5,575. A mínima é de R$ 5,545.
Na última sessão da semana passada, na sexta-feira (11/7), o dólar fechou em leve alta de 0,1%, cotado a R$ 5,548, praticamente estável.
Com o resultado, a moeda dos EUA acumula ganhos de 2,11% em julho e perdas de 10,22% em 2025 frente ao real.
Ibovespa
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), operava em queda no início do pregão.
Às 10h19, o Ibovespa recuava 0,62%, aos 135,3 mil pontos.
No pregão de sexta-feira, o indicador fechou em queda de 0,41%, aos 136,1 mil pontos.
Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula baixa de 1,98% no mês e alta de 13,22% no ano.
Tarifaço de Trump
Os investidores continuam acompanhando os desdobramentos do tarifaço comercial anunciado pelo governo dos EUA na semana passada, que deve entrar em vigor no dia 1º de agosto. O Brasil foi o país mais atingido, com taxas de 50% sobre todos os seus produtos.
No último sábado (12/7), Trump anunciou a imposição de tarifas de 30% sobre exportações do México e da União Europeia (UE) para o país, também a partir de 1º de agosto.
Em ambos os casos, Trump alegou que o “tarifaço” visa a corrigir desequilíbrios comerciais prejudiciais aos EUA.
Na carta endereçada à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Trump justificou a medida como resposta aos “déficits comerciais persistentes, grandes e de longo prazo” dos EUA com o bloco.
Trump afirmou que não haverá tarifa apenas se a UE, ou empresas do bloco europeu, decidirem produzir ou fabricar produtos nos EUA. Em caso de retaliação, prometeu responder com o acréscimo do mesmo percentual à tarifa imposta.
“Não podemos continuar com esse déficit massivo, injusto e insustentável causado pela União Europeia […]. Esse déficit é uma grande ameaça à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional!”, escreveu ele.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou, no domingo (13/7), que o bloco irá estender uma suspensão das medidas de retaliação contra as tarifas dos EUA até o início de agosto, em busca de uma solução negociada.
“Os Estados Unidos nos enviaram uma carta com as medidas que devem entrar em vigor, a menos que uma solução negociada seja encontrada. Portanto, estenderemos a suspensão das nossas [represálias] até o início de agosto”, disse a presidente da comissão, durante entrevista coletiva.
Reação do Brasil
No Brasil, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou que o governo federal editará o decreto que regulamenta a lei de reciprocidade econômica até terça-feira (15). Com isso, o Brasil será capaz de adotar medidas proporcionais contra o tarifaço de 50% anunciado pelos EUA.
“O Congresso Nacional aprovou uma lei importante chamada de reciprocidade dizendo: ‘Olha, o que tarifar lá, tarifa aqui’. Esta lei permite não só questões tarifárias, mas também não tarifárias. Ela precisa ser regulamentada. A regulamentação, que é por decreto, deve estar saindo amanhã ou terça-feira”, disse.
Alckmin indicou que o governo continuará buscando reverter a taxação, que classificou como “inadequada”, e que acionará a Organização Mundial do Comércio (OMC).
O vice-presidente também comentou falou sobre o grupo de trabalho criado para analisar alternativas de negociação e eventuais retaliações. Segundo ele, o governo pretende ouvir o setor privado para avaliar os impactos econômicos da medida dos EUA.
Por Metrópole