A Unicef divulgou que o Brasil enfrenta a pior seca de sua história recente, afetando mais de um terço do território nacional, incluindo a Amazônia. Debora Nandja, chefe do escritório da organização em Manaus e Belém, destacou os impactos severos nas crianças, com casos de desnutrição grave, interrupção de aulas e até mortes devido à falta de água e alimentos em comunidades isoladas.
Na região amazônica, cerca de 420 mil menores estão em situação de vulnerabilidade. Estados como Acre, Amazonas e Pará declararam emergência. Populações indígenas são as mais atingidas, uma vez que os rios, fundamentais para transporte e acesso a recursos básicos, estão praticamente secos, comprometendo a subsistência das comunidades.
A Unicef revelou que metade das famílias visitadas em 14 comunidades amazônicas tem crianças fora da escola e enfrentam fome. Além disso, dados do Cemaden apontam que 52 terras indígenas vivem condições de seca extrema e 142 de seca severa, agravando ainda mais a crise.
A organização está investindo em medidas de curto e médio prazo, como capacitação de profissionais de saúde, melhorias no armazenamento de água e suporte educacional. Um apelo de US$ 10 milhões foi feito para atender necessidades urgentes de água, alimentos e medicamentos na Amazônia brasileira, Peru e Colômbia.
Nandja ressaltou que as mudanças climáticas têm impactos duradouros e cobrou ações concretas dos líderes globais durante a COP29. Ela destacou que a COP30, a ser realizada em Belém, deve priorizar a proteção infantil e medidas sustentáveis para enfrentar crises futuras.
A crise evidencia a urgência de ações coordenadas para preservar vidas e garantir que as crianças, principais afetadas, tenham um futuro digno. A seca extrema na Amazônia é um alerta sobre os efeitos das mudanças climáticas e a necessidade de soluções imediatas.
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