Eré Hidson percorre mais de 42 mil km em busca de histórias que ajudam a preservar a memória do Juruá

Eré também destacou figuras pouco conhecidas, mas de grande importância para a história do Acre

Na última quarta-feira (30), o pesquisador e Eré Hidson concedeu uma coletiva de imprensa em Cruzeiro do Sul, onde compartilhou os resultados de sua mais recente jornada pelo Brasil em busca de histórias, documentos e personagens que ajudaram a moldar a identidade da região do Juruá.

Ao todo, foram percorridos 42.693 quilômetros, distância que ultrapassa a volta ao mundo, na missão de resgatar a memória e valorizar os protagonistas da história regional.
“Resgatar o passado é reafirmar a nossa identidade histórica enquanto formação de sociedade. A gente vive o presente, olhando para o futuro, mas não devemos esquecer do nosso passado”, destacou Eré durante a coletiva, realizada no Morro da Glória.

Durante sua fala, o pesquisador revelou feitos importantes de sua expedição, como a descoberta da família biológica do Irmão José da Cruz, conhecido como “o profeta”, que passou por Cruzeiro do Sul em 1969 e ainda hoje é lembrado por muitos moradores. Segundo Eré, o irmão José seguiu viagem pelo rio Juruá, passando por Marechal Thaumaturgo, rio Amônia e aldeias Ashaninka, até desaparecer na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia, onde estaria sepultado. Eré planeja continuar as buscas em território internacional.

Outro feito foi localizar no Rio de Janeiro os descendentes do fundador de Cruzeiro do Sul, Marechal Gregório Thaumaturgo de Azevedo. “Encontrei um bisneto dele, professor da UFRJ, e vamos trazê-lo ao Acre para os eventos comemorativos da cidade”, afirmou.

Eré também destacou figuras pouco conhecidas, mas de grande importância para a história do Acre:

  • Áulio Gélio de Souza, ex-pedreiro de Cruzeiro do Sul, responsável por trazer o ensino superior para o Acre através da Universidade Federal do Acre (Ufac).
  • Maurício Pedreira Perez Nobre, neto dos seringalistas Margarida Pedreira e Luiz Meirim Pedreira, e descendente de Raimundo Quirino Nobre, considerado o maior seringalista da história do Juruá.
  • Lindaura da Silva Pinheiro, que trabalhou como agente cartorária de 1965 a 2010, registrando cerca de 77 mil pessoas no Vale do Juruá. Por sua trajetória, Lindaura será homenageada pelo Senado Federal com o Prêmio Bertha Lutz, a maior honraria feminina concedida pela Casa Legislativa, ao lado de nomes como Fernanda Torres, Fernanda Montenegro e Viviane Senna.
    O projeto de Eré Hidson vai além da pesquisa: ele pretende transformar todo esse material em um livro que valorize os “vultos esquecidos” da história local e promova o sentimento de pertencimento entre os jovens. “Temos uma bela história e uma canção do Cruzeiro do Sul que ninguém mais canta. A nossa juventude precisa conhecer suas raízes para saber aonde quer chegar”, concluiu.

Eré agradeceu o apoio de lideranças políticas, como o deputado Nicolau Júnior, o Secretário de Cultura Flávio Rosa, e os prefeitos Zequinha Lima e Valdélio Furtado, além da imprensa regional, que tem sido parceira na divulgação desse trabalho de resgate histórico.

Jurua24horas

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