A definição do novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, é uma etapa fundamental para o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguir viabilizar o plano de ressarcimento dos aposentados e pensionistas prejudicados pelo esquema de fraude nos pagamentos dos benefícios da Previdência.
O novo titular do órgão foi escolhido na quarta-feira (30) pelo presidente.
Tratado como prioridade por Lula, a devolução do dinheiro descontado ilegalmente dos beneficiários da Previdência depende de um desenho legal, sob responsabilidade da Advocacia-Geral da União (AGU).
Para avançar, fontes do governo explicaram à CNN que isso só será possível com uma nova gestão à frente do INSS, que terá uma série de providências administrativas a serem tomadas nesse sentido.
Daí o papel crucial que Waller Júnior terá não só na contenção da fraude revelada pelas investigações da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal – cuja operação levou à demissão do ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto -, mas na viabilização dos pagamentos de quem foi prejudicado pelos descontos ilegais.
Estima-se que mais de R$ 6 bilhões possam ter sido cobrados ilegalmente por associações, sem consentimento de milhões de aposentados e pensionistas, entre 2019 e 2024.
Os dois últimos anos, segundo as investigações, foram os de maior volume de recursos movimentados pela fraude.
Waller Júnior é procurador federal, com formação em combate à corrupção e à lavagem de dinheiro, e experiência no governo tanto em gestão quanto em auditoria.
Além disso, acumula passagens pela AGU, onde estava mais recentemente, e pela CGU, ambas diretamente envolvidas na investigação da fraude no INSS e no ressarcimento dos aposentados e pensionistas.
Por CNN Brasil