Acre lança programa de resiliência socioambiental em áreas de proteção

Além do lançamento oficial, os participantes visitam o Viveiro da Floresta, onde serão produzidas mudas para a recuperação de 30 hectares de áreas degradadas.

O governo do Acre lançou nesta segunda-feira, 30, o Programa de Resiliência Socioambiental nas Áreas de Proteção Ambiental (APAs) do Igarapé São Francisco e do Lago do Amapá. A cerimônia contou com a presença de representantes da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), do Governo do Canadá, do Consórcio da Amazônia Legal, além de lideranças comunitárias e sociedade civil.

O programa é executado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) em parceria com a Unesco, com financiamento do Fundo Brasil-ONU para a Amazônia. A iniciativa recebeu R$ 15 milhões em recursos doados pelo governo canadense.

De acordo com a coordenadora residente da ONU no Brasil, Silvia Rucks, o Acre se destacou entre propostas de todo o país para obter o financiamento internacional. “As Nações Unidas receberam 14 propostas. Foram avaliadas por uma secretaria técnica, dessas nove conseguiram passar. E depois de outro processo muito estrito do Comitê Técnico Independente, apenas três. E esse projeto do governo do Acre conseguiu uma aprovação”, disse.

Segundo ela, o programa foi reconhecido por combinar ações de conservação ambiental com geração de renda para a população. “A parte ambiental é fundamental, mas você não consegue proteger, conservar o ambiente se você realmente não coloca o foco nas pessoas”, afirmou Silvia. “Como ONU, o objetivo e a prioridade principal é a dignidade e a qualidade de vida das pessoas e seus direitos humanos.”

O secretário de Meio Ambiente do Acre, Leonardo Carvalho, detalhou as ações que serão desenvolvidas nas duas áreas de proteção ambiental. Segundo ele, o projeto prevê investimentos em bioeconomia, turismo de base comunitária e restauração ambiental, com envolvimento direto das comunidades locais.

“Tem componentes de bioeconomia, de fortalecimento, de ações para quem tem um desenvolvimento econômico dentro dessas áreas, turismo, que entra em turismo de base comunitária. O Lago do Amapá tem uma possibilidade de potencial muito grande para isso”, explicou. Ele destacou ainda a recuperação de nascentes e a instalação de fossas sépticas como medidas urgentes.

“Nós vamos tentar restaurar algumas áreas de nascentes também, e também da destinação do esgoto. O São Francisco é um lugar que tem uma pressão muito grande, então tem construção de fossas sépticas para poder fazer um tratamento”, afirmou.

Outra frente de ação será a restauração produtiva de áreas com sistemas agroflorestais (safes). “Vai ter 30 hectares de restauração com safes. São safes produtivas com açaí, com café, com cacau. Então, tudo isso ajuda no desenvolvimento econômico e na segurança alimentar.”

Parte das ações será realizada com apoio de brigadistas locais. Um dos integrantes da equipe, Juliano Augusto, morador da comunidade do Igarapé São Francisco, explicou o papel da comunidade na conservação ambiental. “É muito bom se trabalhar o social, se trabalhar o socioambiental, fazendo com que a comunidade se torne responsável também de cuidar dos recursos que beneficiam ela e a sociedade. A prioridade é a preservação, a prioridade é a conservação”, disse.

Ao final do evento, a vice-governadora Mailza Assis assinou o termo de compromisso e afirmou o esforço do governo em garantir parcerias e recursos para ampliar as políticas ambientais do estado.

“Esse programa de resiliência tem o objetivo de proteger, de cuidar melhor deles, de forma que as famílias que vivem à beira dos rios tenham uma qualidade de vida e, de certa forma, permaneçam nessas áreas, mas com dignidade e produzindo”, afirmou. “Não apenas manter a floresta em pé, os rios bem cuidados, mas as pessoas também com dignidade.”

Além do lançamento oficial, os participantes visitam o Viveiro da Floresta, onde serão produzidas mudas para a recuperação de 30 hectares de áreas degradadas. A restauração será feita com sistemas agroflorestais (safes), incluindo espécies como açaí, cacau e café.

Por Ac24horas 

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