O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) informou que tem atuado no caso de Yara Paulino da Silva, de 27 anos, vítima de linchamento na Cidade do Povo, em Rio Branco, na última segunda-feira, 24.
A mulher foi brutalmente assassinada após um boato de que teria matado a própria filha, um bebê de apenas três meses. A notícia falsa gerou uma reação violenta, com sua tortura e execução pública por um “tribunal do crime”. No entanto, as investigações revelaram que os restos mortais encontrados no local, confundidos com os de uma criança, eram na verdade de um animal. A bebê segue desaparecida.
De acordo com o MPAC, as outras duas filhas de Yara, que estavam sob sua guarda, estão agora com a tia materna. O Centro de Atendimento à Vítima (CAV) e o Núcleo de Atendimento Psicossocial (Natera) do MPAC têm acompanhado de perto a situação. As duas crianças e a tia estão sendo atendidas por uma equipe multiprofissional composta por psicólogos e assistentes sociais.
A equipe também trabalha na regularização de documentos civis de uma das crianças e segue em estreito contato com os serviços da Assistência Social para assegurar o bem-estar das filhas da vítima.
O promotor de Justiça Thalles Ferreira, coordenador adjunto do CAV, enfatizou a gravidade do caso, destacando que a morte de Yara foi alimentada pela desinformação.
“Esse caso também serve como um alerta sobre os perigos das fake news. Uma pessoa perdeu a vida possivelmente devido a mentiras espalhadas na comunidade. O MPAC não tolera esse tipo de ação, baseada no discurso de ódio e na justiça com as próprias mãos. Vivemos em um Estado Democrático de Direito, e cabe à Justiça apurar os fatos dentro da legalidade”, afirmou.
A GAZETA DO ACRE