A Polícia Civil do estado do Acre realizou a Operação Lord Agro, através do Departamento de Polícia da Capital e Interior, e apresentou os resultados da ação, que foi realizada na madrugada desta segunda-feira (7). Os alvos da investigação foram grupos criminosos que tinham como especialidade o estelionato qualificado por fraude eletrônica.
Foram apreendidos documentos, cartões bancários, relógios, aparelhos celulares, máquinas de cartão, computadores, além de carros e uma moto do modelo Kawasaki Ninja. Seis pessoas foram presas, sendo cinco delas no Acre e uma em Fortaleza. A operação aconteceu em diversos estados do país, já que, apesar de ser sediada no Acre, os golpes eram aplicados em vítimas de outros locais.
O delegado responsável pela operação no estado do Acre, Roberth Alencar, explica que o grupo fazia vendas falsas de produtos relativos ao agronegócio, como terras e gado, mas não entregava o material prometido. “‘Lorde Agro’ era o nome do grupo como eles se intitulavam. Atuavam na captação de vítimas que trabalhavam no ramo do agronegócio. Negociavam fraudulentamente a compra e venda de bovinos, materiais, insumos agrícolas e tudo aquilo que envolve esse universo”, explicou.
O delegado explica ainda que imóveis foram apreendidos e que as investigações seguem em busca de localizar bens e dinheiro que foram depositados em nome de outras pessoas. “Além de imóveis, fizemos apreensão também de certa quantia em dinheiro, joias e um veículo, uma motocicleta. A maioria dos bens não ficava registrada em nome dos investigados, como é comum no mundo do crime — eles tentam ocultar a propriedade. Ainda vai ser feito esse trabalho para verificar as quantias que foram depositadas”, disse.
O delegado ressaltou ainda o modus operandi dos membros da quadrilha, que queimavam aparelhos telefônicos e os descartavam através de vasos sanitários.
Por fim, o delegado Alencar destacou que o grupo achava que passaria impune, já que, em meio às mensagens compartilhadas nos grupos de comunicação da quadrilha, foi encontrado o seguinte trecho: “Comigo aconteceu mais de nove BO (…) já fui intimado mais de 10 vezes, então nunca deu nada. Tô aqui em cima, entendeu?”, dizia trecho das conversas.
Alencar destacou ainda que as movimentações bancárias individuais superavam as centenas de milhares de reais, e que o grupo já teria lesado vítimas em um montante que supera a casa dos milhões.
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