Enquanto líderes mundiais discutem como reduzir as emissões de gases do efeito estufa na Conferência do Clima, a COP 27, no Egito a Amazônia segue sendo consumida pelas queimadas e desmatamentos espontâneos.
No período de janeiro a outubro, foram derrubados quase 10 mil km² de floresta, o equivalente a mais de seis vezes a cidade de São Paulo, segundo os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que monitora a floresta por imagens de satélite desde 2008.
Esse foi o segundo pior acumulado dos últimos 15 anos, sendo apenas 0,5% menor do que o mesmo período em 2021.
De acordo com o Imazon, o fato de o Brasil não ter conseguido barrar o aumento da derrubada da Amazônia nos últimos anos tem contribuído para o crescimento das emissões de gases do efeito estufa, que tiveram no ano passado a maior alta em quase duas décadas.
Atualmente, o Brasil é o quinto maior emissor do mundo e, em 2021, o setor de mudança no uso da terra foi responsável por quase metade das emissões do país. Isso ocorreu principalmente devido ao aumento do desmatamento da Amazônia, região responsável por 77% das emissões causadas pela mudança no uso da terra, conforme o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima.
Apenas em outubro deste ano, a Amazônia teve 627 km² desmatados, uma área quase três vezes o tamanho de Recife. Essa devastação foi a terceira maior da série histórica para o mês, ficando atrás apenas do registrado em 2020 e de 2021.
O desmatamento detectado em outubro de 2022 ocorreu no Pará (56%), Amazonas (12%), Mato Grosso (11%), Acre (9%), Rondônia (6%), Roraima (3%) e Maranhão (3%).
As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 1.519 quilômetros quadrados em outubro de 2022, o que representa um aumento de 183% em relação a outubro de 2021, quando a degradação detectada foi de 537 quilômetros quadrados. Em outubro de 2022 a degradação foi detectada no Mato Grosso (74%), Pará (19%), Acre (2%), Amazonas (2%), Rondônia (1%), Tocantins (1%) e Maranhão (1%).
Geografia do desmatamento
Em outubro de 2022, a maioria (57%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em Assentamentos (31%), Unidades de Conservação (8%) e Terras Indígenas (4%).
Redação Juruá24HORAS