Acre registra 77 feminicídios entre 2018 e 2024, segundo Ministério Público

Acre registra 77 feminicídios entre 2018 e 2024. Dados do MP-AC mostram perfil das vítimas, meios utilizados e municípios mais afetados. Estado ocupa 2º lugar em taxa de feminicídios no

De 2018 até dezembro de 2024, o estado do Acre contabilizou 77 feminicídios consumados e 111 tentativas de feminicídio, conforme levantamento do Ministério Público do Estado do Acre (MP-AC) por meio do Feminicidômetro.

Do total de crimes consumados, 39 ocorreram no 1º semestre e 38 no 2º semestre ao longo do período analisado. No ano de 2024, foram registrados 8 feminicídios, uma redução de 20% em relação a 2023, que teve 10 casos.

Os dados revelam ainda que 72% das vítimas tinham filhos, deixando 118 crianças órfãs. Enquanto isso, 21% não tinham filhos e em 7% dos casos essa informação não foi disponibilizada.

Características dos crimes

Local dos crimes

  • 75% ocorreram na residência da vítima;
  • 17% em vias públicas;
  • 4% em áreas comerciais.

Cor e etnia das vítimas

  • 86% eram mulheres negras ou pardas;
  • 11% eram brancas;
  • 3% indígenas.

Meios utilizados nos feminicídios

  • 60,56% das mortes foram causadas por arma branca;
  • 29,58% por arma de fogo;
  • 9,86% por outros meios.

Distribuição dos casos por município

Os feminicídios consumados foram mais frequentes nos seguintes municípios:

  • Rio Branco: 26 casos;
  • Tarauacá: 7 casos;
  • Cruzeiro do Sul: 6 casos;
  • Feijó: 4 casos;
  • Mâncio Lima e Rodrigues Alves: 3 casos cada.

No geral, 63% dos casos ocorreram no interior do estado, enquanto 37% foram registrados na capital, Rio Branco.

Perfil das vítimas

Em relação à ocupação, as profissões mais recorrentes entre as vítimas incluem:

  • Do lar: 21 casos;
  • Estudantes: 10 casos;
  • Autônomas: 6 casos;
  • Empregadas domésticas: 3 casos.

Outras vítimas eram agricultoras, bancárias, manicures, assistentes legislativas, entre outras atividades.

Acre: 2º lugar em taxa de feminicídio no Brasil em 2023

Em 2023, o Acre ocupou o 2º lugar em taxa de feminicídios no Brasil, considerando a proporção por 100 mil mulheres, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Situação jurídica dos autores

A análise dos casos registrados entre 2018 e janeiro de 2024 aponta a seguinte situação jurídica dos autores de feminicídios:

  • Condenados: 31 casos;
  • Presos preventivamente: 12 casos;
  • Foragidos: 8 casos;
  • Suicidaram-se: 8 casos;
  • Respondendo em liberdade: 2 casos;
  • Em liberdade provisória com monitoramento eletrônico: 1 caso;
  • Absolvido: 1 caso;
  • Condenado por lesão corporal: 1 caso;
  • Sancionados: 3 casos;
  • Autor morto: 3 casos.

Os números evidenciam que o feminicídio ainda é um grave problema social no Acre e no Brasil, refletindo a violência de gênero que persiste em diversas esferas. O levantamento reforça a importância de políticas públicas eficazes e de ações preventivas para proteger as mulheres e reduzir esses índices alarmantes.

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